Quer saber que tipo de assédio sofre o servidor/empregado público neste
Estado do Pantanal afora? O exemplo a
seguir, a cada 2 anos, é vivido diariamente às vésperas das eleições nas órgãos/repartições/entidades
públicos de MS em reuniões convocadas pelos gestores nomeados de cada área....
O Fantástico divulgou o áudio de uma reunião convocada por CRISTIANE
BRASIL, deputada federal impedida, por enquanto, de ocupar o Ministério do
Trabalho em razão de sua vida pregressa meio nebulosa...
Em 2014, licenciada da Câmara dos Vereadores do Rio, ocupando o cargo de
secretária municipal da Secretaria de Qualidade de Vida, ela tentava se eleger
deputada federal pelo PTB, o mesmo partido do pai, ROBERTO JEFFERSON e acabou
por convocar cerca de 50 servidores públicos e prestadores de serviço para uma
“reunião”. Na gravação do Fantástico, a então secretária municipal cobra
empenho de seus subordinados para caçar votos: "Bom dia! Aqui não é uma
reunião tensa. É apenas pra gente situar vocês de coisas que não estão no dia a
dia de vocês e que vocês precisam entender pra ajudar a gente. Se
eu perder a eleição de deputada federal. Eu preciso de 70.000 votos.
Eu fiz quase 30.000 votos. Agora são 70.000. No dia seguinte, eu perco a
secretaria. No outro dia, vocês perdem o emprego.
Só tem importância na política quem tem mandato. Só tem mandato quem tem voto.
Só tem voto quem tem pessoas como vocês que estão na ponta ajudando a gente
pedir e propagar o voto. Do contrário, não funciona"...
No áudio, CRISTIANE dá a “receita”,
dicas de como abordar os eleitores: "Eu preciso de uma coisa que está na
mão de vocês agora, que é a credibilidade junto ao idoso, é a amizade que eles
têm com vocês. É o carinho que eles têm com vocês no dia a dia. Se cada um no
âmbito familiar me trouxer 30 fidelizados. 'Pô, tu é minha mãe. Se tu não votar nela,
eu perco o emprego'. Olha que poder de convencimento essa frase tem!
Pro marido: 'Meu querido, vai querer pagar minhas calcinhas? Então me ajude!'.
Se amanhã vocês ficarem desempregados, como é que vai ser a vida de vocês? Vai
ficar um pouquinho mais complicado, não é?".
Na gravação, CRISTIANE pedia votos para seu cunhado, o deputado estadual
MARCUS VINÍCIUS (PTB). Em 2014, ele tentava se reeleger, estava na reunião e
pediu: "O que a gente pede hoje? Acho que a CRIS já falou o que tinha que
falar. Nós temos 2.000 funcionários. Se cada um conseguir 30 votos, 50 votos,
já quase atingiu o objetivo, vai chegar a 150 mil votos!". Os dois
acabaram eleitos em 2014. Ela, para a Câmara dos Deputados, com pouco mais de
80.000 votos. Ele, para a Assembleia Legislativa, com 39.000 votos.
Então? Este, infelizmente é o mesmo discurso que os servidores/empregados
de MS, a cada véspera de eleições, são obrigados a engolir em reuniões
convocadas “sem nenhum compromisso”, ou por gestores públicos raramente eleitos,
geralmente nomeados, ou por seus “aspones” de plantão. Por isso essa bagunça
generalizada que a capital e os municípios deste Estado do Pantanal vem vivendo:
a máquina emperra, MS fica capenga. Estagnamos.
Infelizmente este é o retrato da política atual. Muito cacique, pouco índio! Até quando ???