06/02/2018

FUNDESPORTE: VENDEDORA DE ILUSÕES...


O CAMPEONATO SUL-MATO-GROSSENSE ganhou de bandeja uma boa grana da FUNDESPORTE e, aos trancos e barrancos, vai tocando a 40ª edição do seu torneio de futebol com mais de meio milhão de reais garantidos sem nenhuma anuência do contribuinte estadual...
Tal verba foi disponibilizada via convênio com a Fundação de Desporto e Lazer de MS, debaixo do beneplácito dos nossos contestados gestores públicos. O valor servirá para pagar despesas de VIAGENS e ALIMENTAÇÃO dos clubes, sendo rateado entre os 10 times “profissionais” participantes do estadual...
Para amargurar a conversa, algo em torno de 30.000 reais será redistribuído como “ajuda de custo” para as emissoras de rádios que fazem a cobertura da competição...
Duas perguntas ficam no ar para serem respondidas (talvez até pelo MINISTÉRIO PÚBLICO): Os clubes profissionais - declaradamente “COM FINS LUCRATIVOS” – dão que tipo de justificativa para poder fazer jus à grana pública isentos de qualquer contrapartida e/ou prestação-de-contas? Emissoras de rádios não deveriam cobrir suas despesas através do patrocínio contratado com empresas interessadas neste tipo específico de publicidade esportiva? Se a prestação-de-contas existe, como é que acontece sua fiscalização?
Todos sabem que time “profissional” não pode se declarar “sem fins lucrativos”. Também é claro que emissoras de rádio – que tem seus locutores sob um contrato de trabalho – não podem receber (nem deviam) “ajuda de custo” (pública) para garantir uma prestação de serviço inerente às suas finalidades que deveria ser pago através de patrocinadores.
Hoje em dia, os times do futebol “profissional” de MS, sobretudo os do interior, não trazem, ao competir com o respaldo (dinheiro) oferecido pelo poder público, nenhum benefício ao contribuinte, tanto na esfera econômica quanto na cultural, sendo incapazes de fomentar o turismo, ou propagar a imagem do município, ou atrair investimentos nas diversas áreas. Também, não possuem nenhum poder de motivar jovens e adultos ou integrar comunidades, proporcionando cultura e lazer à população. Isso há muito tempo que já não acontece por estas bandas. As suas torcidas, com o tempo, vão virando lenda...
É inadmissível, por exemplo, que os clubes de Campo Grande, capital de quase um milhão de habitantes, não tenham o mínimo de capacidade ou imaginação para conseguir apoio de qualquer uma das inúmeras empresas aqui existentes, que faturam alto, ganham isenção fiscal, mas não contribuem com 1 real no futebol local. Enfim, com a “generosa” ajuda de custo que recebe da CBF, a FFMS podia promover um seminário/simpósio com os desportistas e a sociedade sul-mato-grossense para buscar uma luz no fim do túnel...
         Será que seria pedir demais???