Em
Maio de 2005, na Esplanada da Estação Ferroviária de Campo Grande, Lula, sua
comitiva, mais Zeca do PT (governador de MS) e seus deslumbrados companheiros,
fizeram uma viajem simbólica, que não durou mais de 100 metros . Tomaram um
lauto café da manhã na luxuosa composição do novo “TREM DO PANTANAL” que valia uma
fortuna: 5 vagões todos decorados com motivos da fauna pantaneira; 3 de
passageiros, 1 restaurante, 1 panorâmico, com poltronas reclináveis, cabine com
cama e toalete, ar condicionado, TV, áudio, vídeo, Internet...
Só
para lembrar, em MS, até hoje ninguém sabe o motivo da antiga NOB ter sido desativada
em 1994, justamente quando batia todos os recordes de transporte de cargas com
números semelhantes aos da Índia, França, Inglaterra e Japão e quando era uma
importante auxiliar no combate à aftosa e resgate do gado durante as cheias do
Pantanal. Em 2006, o Ministro de Turismo, Mares Guia, junto com Zeca e Ruiter
Cunha, prefeito de Corumbá, assinaram um protocolo de transferência que
autorizava o repasse de R$ 1,8 milhão para obras de reforma, saneamento de
oficinas e capacitação da comunidade. MS entrava com R$ 100 mil de
contrapartida. Porto Esperança receberia o investimento e o trem começaria a
circular ainda em 2006. O trecho Corumbá x PE, mentiam, já estava pronto e os
vagões também...
Tudo
balela. No início de 2007, nossos ilustres personagens, mais o então prefeito
de Campo Grande, André Puccinelli, ocuparam espaço na mídia nacional alardeando
que o Governo Federal disponibilizaria R$ 100 milhões para a recuperação da
ferrovia no trecho entre Corumbá – MS e Bauru – SP. O Secretário de
Infraestrutura de MS, Carlos Longo, jactava-se que para o Trem voltar só
faltava reformar uma estação. Seriam cinco vagões com 192 passageiros
percorrendo 15 estações. Mais tarde, depois de assinar convênio com a América
Latina Logística e uma “trade” turística do Paraná, André Puccinelli profetizou
que o expresso poderia voltar em Setembro de 2008, com mais 3 vagões, dependendo
de reformas no trecho Aquidauana x Miranda. Infelizmente, no final de 2007, o
Secretário de Transportes de MS, Edson Girotto, sentenciou: “A volta do Trem do
Pantanal é uma utopia!”...
Para
nós, pobres otários, anos mais tarde, restou a triste denúncia de um
corumbaense anônimo acusando que a última Maria Fumaça de MS apodrecia na Praça
de Ladario. Servia de banheiro noturno para amantes e desocupados e de
brinquedo diurno para a criançada. Delatava também que os cinco vagões (comprados
a peso de ouro!) depois da festa plena de pirotecnia, mordomias e mídia “para
inglês ver”, que massageara o ego dos ardilosos e espertos representantes da
política estadual - Zeca, André, Wander, Nilde, Beatriz, Delcídio, Egon, Paulo
Duarte - também sofriam com a amnésia daqueles demagogos. Haviam sido estrategicamente
abandonados na esplanada ferroviária de Corumbá onde fizeram a derradeira
parada, local no qual sofriam o devido processo oficial de sucateamento. Apodreciam....
Nunca
ninguém confirmou nem desmentiu tal fato. O nosso trem-do-pantanal agonizava. Vivia
sua solitária metamorfose. Começou a ilustrar causos das mais estranhas
aventuras... acabou, com o passar dos dias, melancolicamente, transformado em mais uma lenda urbana...
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