MOHAMED
MURSI, presidente do EGITO,
convocou hoje (02) uma reunião com integrantes do Executivo, após ser
pressionado pelos militares a fazer um acordo com a oposição para dar fim aos
protestos. As manifestações continuam em diversas cidades egípcias. Os rivais
do presidente se concentram na PRAÇA
TAHRIR, no Cairo, onde há um acampamento e milhares de pessoas gritam
palavras de ordem contra o presidente. Também há atos no palácio presidencial.
A imprensa egípcia afirma que a reunião do Conselho de Ministros terminará com
a demissão em massa de todo o gabinete, incluindo o primeiro-ministro, HISHAM
QANDIL. Em comunicado, o governo afirmou que o chefe de governo sugeriu a MURSI
formas de sair da crise dentro da legitimidade constitucional. O Ministério da Justiça negou a
possibilidade de renúncia do gabinete. Desde domingo, quando os protestos e a
repressão policial se tornaram mais violentos, 6 ministros renunciaram. Nenhum
deles pertencia ao Partido liberdade e
Justiça, de MURSI e braço político da Irmandade Muçulmana. Porta-vozes do
governo e da Presidência também deixaram seus cargos. MURSI rejeitou o ultimato
do Exército e disse que não tinha sido consultado sobre o projeto político dos
militares. A Frente de Salvação Nacional,
principal grupo político da oposição, afirmou que condenaria um golpe militar e
considerou que o ultimato do Exército
não significa a volta das Forças Armadas
ao poder. A oposição exige a saída de MURSI e a realização de eleições
presidenciais e parlamentares antecipadas para substituir o presidente islâmico
e a Câmara Alta do Parlamento, dominados pela Irmandade Muçulmana após o pleito do ano passado ter sido boicotado
pelos adversários políticos. No último domingo, protestos violentos terminaram
com a morte de 16 pessoas e 781 feridos. Escritórios da Irmandade Muçulmana em todo o país foram atacados tendo sua sede no
Cairo destruída por um incêndio e saqueada.