02/07/2013

EGITO: A UM PASSO DA GUERRA CIVIL

MOHAMED MURSI, presidente do EGITO, convocou hoje (02) uma reunião com integrantes do Executivo, após ser pressionado pelos militares a fazer um acordo com a oposição para dar fim aos protestos. As manifestações continuam em diversas cidades egípcias. Os rivais do presidente se concentram na PRAÇA TAHRIR, no Cairo, onde há um acampamento e milhares de pessoas gritam palavras de ordem contra o presidente. Também há atos no palácio presidencial. A imprensa egípcia afirma que a reunião do Conselho de Ministros terminará com a demissão em massa de todo o gabinete, incluindo o primeiro-ministro, HISHAM QANDIL. Em comunicado, o governo afirmou que o chefe de governo sugeriu a MURSI formas de sair da crise dentro da legitimidade constitucional. O Ministério da Justiça negou a possibilidade de renúncia do gabinete. Desde domingo, quando os protestos e a repressão policial se tornaram mais violentos, 6 ministros renunciaram. Nenhum deles pertencia ao Partido liberdade e Justiça, de MURSI e braço político da Irmandade Muçulmana. Porta-vozes do governo e da Presidência também deixaram seus cargos. MURSI rejeitou o ultimato do Exército e disse que não tinha sido consultado sobre o projeto político dos militares. A Frente de Salvação Nacional, principal grupo político da oposição, afirmou que condenaria um golpe militar e considerou que o ultimato do Exército não significa a volta das Forças Armadas ao poder. A oposição exige a saída de MURSI e a realização de eleições presidenciais e parlamentares antecipadas para substituir o presidente islâmico e a Câmara Alta do Parlamento, dominados pela Irmandade Muçulmana após o pleito do ano passado ter sido boicotado pelos adversários políticos. No último domingo, protestos violentos terminaram com a morte de 16 pessoas e 781 feridos. Escritórios da Irmandade Muçulmana em todo o país foram atacados tendo sua sede no Cairo destruída por um incêndio e saqueada.