10/12/2012

LAVANDO A "HONRA" DA FAMÍLIA?

Em Jalalabad, Afeganistão, foi milagroso como a jovem GUL MEENA, 18 anos, permaneceu viva depois de ser golpeada 15 vezes por um machado. Sua cabeça e seu rosto ficaram tão feridos que era possível ver seu cérebro, mas mesmo assim, ela resistiu o suficiente para chegar até um hospital onde ficou inconsciente vários dias e sozinha, sem ninguém para cuidar dela. Segundo notícias vindas de sua província natal, foi agredida por ser adúltera: casada, fugiu com outro homem. O dois fugiram para uma aldeia rural de Nangarhar onde os moradores informam que um irmão de MEENA os alcançou, os atacou com o machado, matando o suposto amante e depois fugiu. O "assassinato de honra" de mulheres existe em diversas culturas, mas no Afeganistão ele está firmemente ancorado no Pashtunwali, um código tribal antigo que predomina nas áreas do país de etnia pashtun. Governo e defensores de direitos civis lutam há anos para substituí-lo por um sistema jurídico civil nacional. Em 2012 foram relatadas 6 dessas mortes no leste do Afeganistão. GUL MEENA chegou a Nangarhar há cerca de dois meses em companhia de um homem chamado QARI ZAKIR. A última vez que alguém viu ZAKIR foi cerca de uma semana depois de sua chegada e véspera de sua morte. Na manhã seguinte, um parente de ZAKIR bateu na porta do casal. Como ninguém respondeu, subiu no muro e encontrou a chacina: ZAKIR estava deitado na cama com sangue coagulado ao redor de seu pescoço e sua cabeça estava decepada. GUL MEENA estava em outra cama, sangrando abundantemente. Um grupo de direitos humanos afegão-americano, as “Mulheres pelas Mulheres Afegãs”, conseguiu tirar GUL MEENA de Jalalabad e levá-la para um hospital mais seguro e bem equipado em Cabul – [TheNYT]. Enfim, a história é de arrepiar mas serve de alerta. Tomara que a moda não chegue ao Brasil...