Em Mato Grosso (MT), a OPERAÇÃO ELDORADO, da Polícia Federal, desarticulou um esquema de extração ilegal de ouro. Foram presas 17 pessoas e recuperados R$ 188,8 mil, em forma de moeda de 11 países diferentes, além de 20 quilos de ouro – o equivalente a R$ 2 milhões. Uma só das 3 empresas envolvidas no esquema, movimentou nos últimos dois anos mais de R$ 150 milhões. Segundo informações do delegado Wilson Rodrigues Filho, o ouro era extraído de garimpos ilegais na região do rio Teles Pires e comercializado com Notas Fiscais falsas emitidas por cooperativas de garimpeiros. O metal ilegal era misturado com os carregamentos vindos de minas regularizadas. Isso facilita o esquema porque depois que o ouro sai do garimpo, se tiver nota fiscal, é muito difícil identificar se tem origem legal ou não. O bando atuava há pelo menos 5 anos e os envolvidos responderão por usurpação de bens da União, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e crimes ambientais (extração ilegal de minérios, degradação de área de preservação) já que parte dos garimpos funcionava dentro das reservas indígenas KAYABI e MUNDURUKU. Segundo as investigações, líderes indígenas participavam do esquema, facilitando a chegada à região aurífera, uma área de mata fechada, sem acessos terrestres. Um oficial da Marinha também está envolvido por autorizar o tráfego das embarcações que faziam o transporte do ouro e dos materiais usados na extração. Ao todo 28 mandados de prisão temporária, 64 de busca e apreensão e 8 de condução coercitiva foram expedidos pela Justiça Federal de MT. Entre os presos estão os proprietários da corretora de metais preciosos Parmetal e ainda estãos sendo investigadas várias empresas. As investigações tiveram início em fevereiro deste ano, a partir da OPERAÇÃO ARCO DE FOGO, deflagrada em conjunto com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente - IBAMA.