Numa iniciativa inédita, NATANAEL RODRIGUES PARENTE, cacique MUNDURUKÚ da aldeia de Manicoré, no Amazonas, já conseguiu as assinaturas de 54 deputados e 31 senadores para pleitear a chefia da FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO - FUNAI. Autarquia do Ministério da Justiça, a FUNAI já teve 33 presidentes, todos eles apadrinhados por políticos. O documento foi entregue no Planalto pelo senador Eduardo Lopes (PRB-RJ), mas a indicação é suprapartidária. O índio diz que em vez de indenizar fazendeiros, o governo está removendo comunidades indígenas e afirma que os GUARANI-KAIOWÁ não deixarão as terras em que estão acampados no Mato Grosso do Sul: “Índio não teme a morte. Prefere a honra de morrer em suas terras”. Garante que Lula e Dilma foram enganados pelas ONGs que, segundo ele, há dez anos entraram na prestação de serviços às aldeias por causa do dinheiro federal. Sobre a indicação de uma mulher para a FUNAI (MARTA AZEVEDO), observa: “Foi um desastre. Índio não aceita mulher no comando. A Dilma quis criar um fato histórico colocando a primeira mulher na presidência da FUNAI e arranjou um problema. Não é por machismo. Fere a integridade moral do índio. É uma questão de cultura e de respeito e não de preconceito”. Jura que a FUNAI está assistindo passivamente os conflitos, não briga mais pelos direitos e soberania dos índios, que deixou tudo nas mãos das ONG’s. Concluiu: “Tenho o apoio do Congresso. Um ministro do Supremo não precisa da aprovação do Senado? Pois eu já tenho mais de um terço dos senadores me apoiando. Não tem lógica o PT e a Dilma não me aceitarem”.