02/10/2011

"TRANSCOCALERA" BRASIL BOLÍVIA NÃO VAI SAIR DO PAPEL...

EVO MORALES, presidente boliviano, não aguentou a pressão dos povos indígenas e resolveu arquivar, por enquanto a superfaturada estrada transoceânica, que ligaria por terra o Brasil ao Pacífico, 300 quilômetros rasgando a selva boliviana, apelidada pelos críticos de “TRANSCOCALEIRA”. Ano passado o presidente LULA e EVO MORALES assinaram os protocolos de financiamento da rodovia, agora contestada pelos índios bolivianos. O Brasil financiaria a obra com US$ 320 milhões atravaés do BNDES. Na Bolívia, suspeita-se que o financiamento do BNDES seja uma maneira de conferir contratos vantajosos a construtoras brasileiras sem fiscalização rigorosa. Os promotores bolivianos investigam um superfaturamento de 215 milhões de dólares na TRANSCOCALEIRA. Os protestos e a resistência indígena ao projeto colocaram em xeque o compromisso de MORALES com a preservação ambiental, e expôs as divergências dentro do partido dele, o Movimento ao Socialismo. Alguns parlamentares governistas manifestaram apoio ao protesto. EVO MORALES é muito popular entre os indígenas quéchua e aimará que vivem no Altiplano, mas enfrenta forte oposição nas áreas baixas do país, inclusive por parte de indígenas guaranis e dos que vivem no Território Indígena e Parque Nacional Isiboro Sécure (TIPNIS), que seria cortado pela estrada. A ministra boliviana da Defesa, Cecilia Chacón, pediu demissão do cargo. Saiu jogando meleca no ventilador, protestando contra a violência policial contra os índios, responsabilizando indiretamente MORALES pelos incidentes. Condenando a violência das tropas que mandou para enfrentar e dispersar os manifestantes, EVO MORALES quer sair da questão como um dos indignados pelos acontecimentos, mas a oposição prepara um movimento para responsabilizá-lo, pelo malsucedido evento. Por enquanto o que se vislumbra é um prejuízo para aqueles que pensavam em embolsar gordas comissões com o projeto, que facilitaria entre outras coisas a rota de exportação de cocaína para o Brasil.