Centenas de índios KAYAPÓ, armados com flechas e armas de fogo (das aldeias Baú, Pukanu e Kabeba), que reivindicam que o DNIT - Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, construa um ramal ligando a BR-163 às aldeias, além de casa de saúde e cultura, queimaram nesta semana (dia 15) uma ponte sobre o rio Disparada, perto do município Novo Progresso, no Pará. A região faz divisa com Mato Grosso. Além de destruir a ponte, eles fecharam a rodovia federal. O motivo dos protestos é a demora do DNIT para realizar as construções acordadas no final de 2010 com os indígenas. Os protestos da etnia começaram na segunda-feira (12), quando eles tomaram as chaves do maquinário do Departamento para impedir que fossem realizadas as obras que está realizando para a pavimentação da BR-163. Eles ainda estão em poder dos veículos e garantem que só devolverão as máquinas (que estão na sede da Fundação Nacional do Índio de Novo Progresso) quando houver um trator abrindo a estrada-ramal, de ligação entre a rodovia e as aldeias. Para iniciar a manifestação, os índios percorreram mais de 400 quilômetros. O ato de ontem demorou duas horas para iniciar. Os KAYAPÓ esperaram até 13h para atear fogo na ponte porque ainda tinham esperança de que o Dnit respondesse às reivindicações. Os protestos incluíram uma preparação cultural. Eles se pintaram como guerreiros e estavam com arco e flecha. No momento em que atearam fogo à ponte, a BR-163 teve congestionamento de veículos. Existem no Brasil 8.638 kayapó, conforme dados da FUNASA - Fundação Nacional de Saúde. Sua cultura é tão complexa quanto à distribuição geográfica. São diversas aldeias entre Mato Grosso e Pará. O DNIT garantiu em nota que, na quarta-feira, irá se reunir com os KAIAPÓ para comunicar o atendimento às reivindicações. FUNAI, Casa Civil e IBAMA - Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis, seguem com o DNIT até o local, já que participaram das discussões sobre o assunto na última reunião.