Durante o ato oficial em comemoração ao aniversário de Campo Grande, na praça Ary Coelho, surgiu uma manifestação pacífica de parentes das vítimas de erros médicos do estado, bem diante do palanque das autoridades que assistiam ao evento. Mães, pais e irmãos de vítimas de erro médico empunhavam faixas e cartazes pedindo justiça para os 407 casos que resultaram em processos, movidos pela Associação de Vítimas de Erros Médicos do MS, referentes às mortes ocorridas em hospitais públicos e postos de saúde. Os parentes acreditam que, nos casos materializados, houve negligência, falta de médicos e equipamentos. O presidente da associação, Valdemar Morais de Souza, explicou que o motivo da manifestação foi “sensibilizar o governo do estado para que ele possa cuidar o povo do MS, investindo mais na saúde”, um questionamento direto aos gastos com o aquário de Campo Grande, dinheiro que, na ótica da associação, seria melhor aplicado no sistema público de saúde. Fundada em 13 de julho de 2007, a associação foi criada por Valdemar depois de perder um irmão por erro médico. O depoimento mais forte foi o de dona Maria Esmeralda, que perdeu a filha em novembro do ano passado, dentro do Hospital Regional de Campo Grande. Ainda revoltada, ela garantiu que "ninguém fez nada" para salvar a vida de Maíra, a filha que sonhava ser modelo. Enfim, estes eventos acontecem por todo o Brasil e só irão terminar quando o “erro médico”, comprovado, por negligência, omissão ou imperícia, deixar de ser tratado com corporativismo e banalizado, virando crime de fato penalizando os culpados com o devido rigor da lei...