15/06/2023

UMA CAÇADA NO PANTANAL...

“Tio Zito” - Washington Buchara – antigamente, sempre pescava no Rio Aquidauana. Seu parceiro nas pescarias era seu irmão Thompson, nascido em Cuiabá, apelidado de Cuia/Cuiabano/Zozô/Bucharinha. No barco, navegavam o dia inteiro sob o sol escaldante do Pantanal. Pegavam muitos peixes. Sempre amparados em uma “Chica Boa”, a mais famosa cachaça à época...

Já em casa, enquanto tio Cuia “perseguia” uma Mercedita ao violão, tio Zito preferia contar estórias nas quais seus sobrinhos não botavam muita fé. Certo dia, depois de três dias perdidos no Pantanal, Zito revelou porque ele e Cuia tinham demorado tanto tempo dentro da mata. Disse que estavam na selva perto do Aquidauana protegidos apenas por uma velha espingarda Winchester. Deixaram suas bicicletas encostadas em um frondoso pé de jatobá e foram atrás de algum tipo de caça: anta, paca, veado, etc. Mais ou menos às quatro da tarde, Cuia avistou uma capivara atravessando o rio e alertou seu irmão. O tiro de Zito foi certeiro. Acertou o bicho na testa. O animal, arrastado pela correnteza, começou a rodar rio abaixo. Contrariando os gritos de Zito, Cuia se jogou na água e agarrou o animal moribundo pelo pescoço. Tentou arrastá-lo até a margem. Para desespero de Zito, Cuia, grudado na capivara, desapareceu rio abaixo. Desesperado, Zito percorreu a beira do rio por alguns quilômetros, chamando desesperado pelo irmão. Inutilmente...

Com a noite caindo, desanimado, Zito procurou um recanto para se abrigar. Adormeceu com a chegada da escuridão. Pela manhã acordou. Sem ter nenhuma esperança, percorreu mais alguns quilômetros rio abaixo. Quando já pensava em desistir, retornar até sua bicicleta, pedir socorro, não acreditou...

Num remanso do Aquidauana, tio Cuia dormia tranquilamente. Adivinhem como? Agarrado no pescoço da capivara baleada...

Ao abraçar Cuia, Zito ouviu a seguinte frase de seu irmão caçula: “Você acha que eu ia deixar nosso churrasco para as piranhas?”...

Meninos, eu vi. Acredite quem quiser...

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