O impacto de um meteorito na região onde hoje fica o município de ARAGUAINHA, no interior do
estado de Mato Grosso, pode ter levado a uma sequência de eventos geológicos
que teriam causado a maior extinção em massa da Terra. Pesquisa científica
internacional levantou uma nova hipótese para justificar a extinção até agora
sem explicações. Esse desaparecimento definitivo de espécies aconteceu há 250
milhões de anos, entre o período Permiano (último período geológico da Era
Paleozóica) e o Triássico (primeiro período da chamada Era Mesozóica), e é
considerado o mais importante desde o surgimento da vida no planeta, há 541
milhões de anos. O estudo teve início na década de 1990 com a participação de
geólogos de São Paulo (SP), Ouro Preto (MG), Reino Unido e Austrália. Conforme
os pesquisadores, a queda do meteorito em ARAGUAINHA não causou impacto
suficiente para ameaçar a vida no planeta, já que formou uma cratera de
"apenas" 40km de diâmetro – relativamente pequena se comparada à
cratera de 180km de diâmetro no México, resultado da colisão de um asteróide
com a Terra que teria levado ao desaparecimento dos dinossauros, há 65,5
milhões de anos. Porém, outros fatores que se seguiram ao impacto do meteorito
em ARAGUAINHA teriam ampliado seu efeito para todo o hemisfério sul da PANGEIA (continente
que existiu até há 200 milhões de anos e no qual todos os atuais continentes
estavam unidos). RICARDO TRINDADE, pesquisador do Instituto de
Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP, aponta que o impacto do
meteorito causou uma sequência de terremotos de magnitude até 9,9 na escala RICHTER
(na qual a magnitude máxima é 10), afetando um raio entre 700 e 3.000
quilômetros do lugar da queda. Os tremores de terra teriam partido as rochas da
Formação Irati, que existe sob a Bacia do Paraná, ricas em metano e dióxido de
carbono. Com a fratura, cerca de 1.600 gigatoneladas desses gases teriam sido
liberadas na atmosfera da Terra, 5 vezes mais do que já foi liberado desde a
Revolução Industrial. Este efeito estufa repentino teria ocorrido ao mesmo
tempo que a erupção de diversos vulcões na Sibéria, levando à extinção de até
90% das espécies marinhas e 60% das terrestres. Plantas e répteis chamados de
Mesossauro, os antepassados dos dinossauros, também morreram massivamente.
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