30/09/2013

ROMBO EM MATO GROSSO: MAIOR DO QUE "MENSALÃO"...

[MidiaNews-MT]
CARLOS FERNANDO DA CUNHA COSTA, da Delegacia Especializada em Crimes Contra a Fazenda Pública (DEFAZ), classificou o rombo de R$ 500 milhões nos cofres públicos de MATO GROSSO, apurado na OPERAÇÃO CARTAS MARCADAS, como "um escândalo maior que o Mensalão". A Polícia Civil indiciou 20 pessoas acusadas de envolvimento no esquema de fraudes na emissão de cartas de crédito à Agentes da Administração Fazendária (AAF) da Secretaria de Estado de Fazenda (SEFAZ). Em entrevista à TV Centro América (Globo/4) o delegado CARLOS disse: “Observamos, a todo instante, comentários a respeito do escândalo do MENSALÃO. Se fizermos uma análise comparativa, o escândalo em Mato Grosso ultrapassa em mais de 100% o dano ao tesouro estadual em relação ao que ocorreu no âmbito federal”. Os envolvidos no esquema tinham padrão de vida elevado e alguns deles chegaram a ter 6 veículos de luxo, que custavam em torno de R$ 300 mil cada. Também compraram imóveis de luxo em praias como Jurerê Internacional, em SC. De acordo com o inquérito da Polícia Civil, a fraude nasceu do pagamento em certidões de créditos a um grupo de AAFs, oriundo de um acordo trabalhista feito entre o Governo do Estado e a categoria, em 2008. Pelo acordo, seriam expedidas 2 certidões de créditos aos servidores. Entretanto, foram emitidas 7, das quais cada servidores recebeu apenas 3. O restante (ou seja, 4 delas) acabou sendo retirado junto à Secretaria de Estado da Administração (SAD) por representantes legais constituídos pela categoria, sem que os verdadeiros titulares soubessem. De um total de R$ 647,8 milhões emitidos para quitar a dívida trabalhista, R$ 493,9 milhões foram considerados indevidos. Outro delegado ROGERS JARBAS afirmou que o esquema envolvia parte do alto escalão do Governo de Mato Grosso e membros do Poder Legislativo, já indiciadas pelos crimes de violação de sigilo funcional, falsificação de papéis públicos e formação de quadrilha: EDER MORAES (secretário da Fazenda na época dos crimes), GILMAR FABRIS, AGLISEY VOLCOV (esposa do deputado), os advogados ROGÉRIO SILVEIRA e OCIMAR CAMPOS, e ainda ENELSON NONATO, JOSÉ CONSTANTINO CHOCAIR JUNIOR, e ENILDO MARTINS DA SILVA. Da PROCURADORIA GERAL DO ESTADO, foram indiciados por esses crimes JOÃO VIRGÍLIO DO NASCIMENTO FILHO (então procurador-geral), DORGIVAL VERAS DE CARVALHO (então procurador-geral de Estado) e NELSON PEREIRA DOS SANTOS (então subprocurador-geral). Também foram enquadrados nesses crimes vários dirigentes sindicalistas ligados à AAF). Outros 6 foram indiciados pela prática do crime de falsificação de papéis públicos: o ex-secretário EDMILSON J. DOS SANTOS, IZAIAS CAMACHO BARROS, ANTÔNIO LEITE BARROS, DILMAR PORTILHO MEIRA (procurador do Estado), GERSON VALÉRIO POUSO (procurador do Estado) e MARIA MAGALHÃES ROSA (à época procuradora-geral do Estado em substituição).

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