14/02/2013

DEPOIS DE SANTA MARIA, QUÊ VIRÁ?


Lembram-se do refrão musical que dizia “inútil, a gente somos inútil”? Pois é, depois da tragédia da boate KISS em Santa Maria (RS), todas as prefeituras e estados correm para fechar boates e todo mundo faz discurso protestando. Enquanto isso não se vê nenhuma manifestação contra a dengue, gasolina “batizada”, bares com comida estragada, arrastões das ruas, hospitais com médicos que não trabalham e batem pontos. Tudo continuará ao deus-dará. Nós (brasileiros) não exigimos e as autoridades não cumprem suas funções (a não ser por poucos dias e logo depois de cada tragédia). Todo mundo já se esqueceu do Bateau Mouche, do Morro do Bumba, dos deslizamentos de Santa Catarina e Teresópolis, das mortes de crianças em piscinas de escolas, dos mortos por balas perdidas e no avião da TAM, dos afogados nas embarcações na Amazônia. Enfim, além de se esquecer depressinha, o brasileiro só fica sensibilizado quando morrem 10 de uma só vez. Se morrerem 10, em vez de 1 em 1 - não há nenhuma manifestação de solidariedade! E isso acontece todos os dias por acidentes de trânsito, assassinatos, saidinhas de bancos, bebês abandonados, falta de  socorro nos hospitais, quedas de aviões, enxurradas de verão e tantas outras desgraças. Essa onda de ”mostrar serviço” agora, lembra aquela dos desfibriladores depois da morte do jogador Sérginho em campo; a da falta de ranhuras na pista do Aeroporto de Congonhas. Ninguém mais se lembra dessas desgraças. Solidariedade e fiscalização? Só no momento da comoção. Isso dá publicidade e rende muitos votos. Enquanto isso chovem os argumentos de defesa prévia dos responsáveis que não cumpriram com o seu dever, “santinhos de pau ôco”, e que, mais uma vez, ficarão impunes...