20/12/2012

MARÃIWATSÉDÉ: TERRA É XAVANTE...

As terras remanescentes da fazenda SUIÁ MISSÚ, no nordeste de MATO GROSSO (MT), depois de concluída a desintrusão de não-índios, serão entregues aos XAVANTES, reconhecidos pela Justiça como os legítimos habitantes da área. Após cerca de 50 anos os indígenas encontrarão nas terras uma mescla de zona urbana e rural. Os bens que ficarem após o despejo dos atuais moradores da região serão considerados abandonados pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI), que irá leiloá-los. Parte das estruturas que sobrar podem ser destruídas. Deve sobrar de positivo para os índios estruturas como, por exemplo, escolas e posto de saúde que estão instaladas na região. Existem no local três escolas, uma estadual e duas construídas pela própria população. Outra ‘herança’ deixada pelos não-índios aos xavantes será um posto de saúde que funciona no distrito de Estrela do Araguaia. Os indígenas ainda encontrarão áreas agricultáveis na grande maioria dos 165 mil hectares que são alvo da disputa judicial. O vice-cacique AUGUSTO, 65 anos, índio XAVANTE nascido em MARÃIWATSÉDÉ afirma que as terras deverão ser usadas para produção mesmo: “A gente pretendia ter lavoura mecanizada e a criação de gado, essas coisas aí. Lá onde está Maraiwatsede já está tudo destruído, aberta a mata, tudo derrubado. Nós aprendemos com vocês pra vivência da nossa parte essas coisas aí. Tem que fazer agora e seguir o caminho, ir pra frente, fazer o progresso, essas coisas aí”.