Qualquer cidade de médio para grande porte do Brasil tem como referência principal, cultural, seu teatro municipal. Inclusive, as cidades do porte igual ou um pouco maior do que Campo Grande, tipo Ribeirão Preto, Santos, Rio Preto, Campinas, Campos, Natal, Manaus, Niterói, Curitiba, etc, tem os seus e se orgulham dos mesmos. Esta Cidade Morena por acaso é pior do que qualquer uma delas? Até quando, o campo-grandense que deseja assistir um espetáculo de melhor qualidade, ao vivo, terá que organizar caravanas para São Paulo ou Rio? Até quando um assalariado, que também tem direito ao lazer, vai ter que pagar 100 reais para ver um desses ‘stand-up’s’ escatológicos da vida com artistas ‘globais’ do baixo clero? Como ilustração, o último grande espetáculo “profissional”, clássico mesmo - “Quebra Nozes”, com a participação de Ana Botafogo - que me dispus a ver no Palácio da Cultura, já nem me lembro mais há quanto tempo foi realizado. Nossas artes insistem em crescer ‘pelas ruas de Campo Grande’. As manifestações culturais nelas produzidas vem obtendo desenvolvimento ímpar. É só prestar atenção ao número dos grupos que proliferam por nossos bairros, dando murro em ponta de faca, se contentando com qualquer pedaço de calçada para mostrar seu trabalho. Enfim, o “street show”, gratuito (por coincidência!), continuará acontecendo pelas ruas de Campo Grande e continuará a ser, por muito tempo, a salvação de nossa edilidade. Uma verdadeira dádiva para qualquer político: o povo se divertindo sem necessidade de nenhum tipo de investimento. Não é preciso meter a mão no bolso. É o autêntico pão e circo. Não é uma maravilha? Enfim, neste ano de eleições, o que os artistas querem mesmo saber é se nosso futuro prefeito tirará do bolsinho do colete algum projeto para tornar real o nosso tão sonhado Teatro Municipal (Popular!!!). Será? Quer saber? Se bem conheço, dos atuais candidatos favoritos, nem Giroto, nem Bernal, nem Vander cogitaram de um para nossa cidade.
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