A onça pintada que escapou das jaulas e foi capturada duas vezes no CRAS - Centro de Reabilitação de Animais Silvestres, em Campo Grande (MS), foi solta em seu habitat natural no início da manhã do penúltimo dia de agosto. O felino recebeu um rádio colar equipado com GPS e rastreamento via satélite e, de acordo com técnicos da equipe que coordenou a soltura, será o primeiro animal da espécie monitorado com essa tecnologia. O diretor do IMASUL - Instituto de Meio Ambiente de MS, Roberto Gonçalves, não divulgou o local onde o animal foi libertado, mas estudos genéticos feitos previamente no felino mostraram o local adequado para a soltura. De acordo com Peter Crawsaw, do Centro Nacional de Conservação de Mamíferos Carnívoros, que também deverá monitorar o bicho, a onça é natural de regiões de cerrado e conhecer o habitat dela é fundamental para o sucesso da operação: “O importante é que ela consiga se inteirar na população local de onças. Segundo ele, o colar capta a movimentação da onça e encaminha as informações por e-mail para os responsáveis. Não existem onças monitoradas em conjunto por GPS e satélite: “Isso não tira a necessidade de fazer um monitoramento no local onde ela está”. A pintada deve estar se aproximando dos 2 anos de vida, segundo o analista, e deve estar pronta para procriar em breve. Esse será um dos sinais que a soltura obteve sucesso. De acordo com o analista, o ideal era que a onça tivesse aprendido a sobreviver sozinha durante o crescimento, o que não ocorreu devido ao cativeiro, mas suas fugas mostraram que ela era capaz de sobreviver ao ambiente. Sobreviveu e ganhou peso e em três ou quatro meses será possível obter dados e informações para saber houve a readaptação e reprodução do felino...