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| [MANCHETE/Sonho De Rondon-fantasia ] |
No tempo das andorinhas, nos anos dourados, aconteceu no Maracanãzinho, em 03/07/1965, a noite da eleição da MISS BRASIL 1965. Sua conhecida passarela em forma de ferradura fora substituída por outra com o símbolo do quarto centenário da cidade do Rio de Janeiro. Vinte e cinco lindas candidatas desfilaram na passarela em busca do sonho mágico de ser eleita a MAIS BELA DO BRASIL em 1965. A preferida do público era nossa morena chamada MARILENA DE OLIVEIRA LIMA, Miss Mato Grosso. O resultado que apontou as quatro primeiras finalistas do Miss Brasil 1965 decepcionou os presentes. Tivemos pela ordem Maria Raquel Helena de Andrade, Miss Guanabara, 1º lugar; Sandra Penno Rosa, Miss São Paulo, 2º lugar; Berenice Lunardi, Miss Minas Gerais, 3º lugar; e Marilena de Oliveira Lima, Miss Mato Groso, 4º lugar...
Por causa disso, o
Maracanãzinho, o templo da beleza nacional, conheceu a maior vaia de sua
história. Pela primeira vez, na
história de um MISS BRASIL. Ninguém gostou do resultado. O público vaiou
estrepitosamente. O corpo de jurados manifestou o seu desagrado, querendo
explicar que o resultado não representava, de nenhuma forma, a vontade do júri.
Foram 12 minutos de vaias. Foi necessária a presença de escolta policial para
que os jurados saíssem do estádio. O protesto ficou marcado na memória do Rio
de Janeiro. O povo dirigiu a vaia gigante contra o júri que preferiu a
candidata do Botafogo e só deu o 4º lugar para musa de Mato Grosso, favorita e
queridinha das arquibancadas. Evandro Castro Lima, carnavalesco, membro do
júri, disse que nunca mais aceitaria aquela missão.
MARILENA voltou para Campo Grande sendo recepcionada como rainha no
aeroporto local e, durante muito tempo, visitou as cidades do Estado exibindo sua
graça, distribuindo simpatia, ficando marcada, a partir daí, como símbolo da beleza
feminina desta encantadora Cidade Morena.